INTERSECCIONALIDADE E IDENTIDADE: RAÇA, GÊNERO E SURDEZ PELA AGÊNCIA DE MULHERES NEGRAS
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Resumo
Este artigo discute o conceito de interseccionalidade a partir da proposição de que inscrever gênero e deficiência na raça nos ajuda a pensar um sentido de tornar-se negra/o para além da substancialização, afirmando o conceito de identidade relacional. A disputa acerca do conceito de identidade é um dos maiores embates no campo da psicologia quando se trata de pensar a racialização do racismo antinegro e a agência dos povos negros no Brasil. Assim, fomos ao encontro dos movimentos de mulheres negras, que estão na base da construção e do desenvolvimento da interseccionalidade como ferramenta de luta, de liberdade e de desalienação. Nesse percurso, tomamos como referência as obras de Neusa Santos Souza, Patricia Hill Collins e de Lélia Gonzalez, e também a história de vida de Rachel, uma mulher negra, surda, ex-escravizada, que, em 1868, solicitou, matrícula em uma escola especial para pessoas surdas. Concluímos que o processo de tornar-se, interseccionalmente, tira o sentido de universalização da identidade e evidencia a interseccionalidade como uma ferramenta que nos ajuda na luta contra opressões, pelo reconhecimento de que essas forças se cruzam na experiência vivida, singular e coletivamente, a partir das agências.
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