ENSINAR NO QUILOMBO, ENSINAR O QUILOMBO: ESCOLARIZAÇÃO E IDENTIDADE RACIAL DOCENTE
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Resumo
A crescente discussão acadêmica sobre Educação Escolar Quilombola tem envolvido mais abordagens conceituais acerca do que ela deve ser do que a análise a partir das/os professoras/es quilombolas e não-quilombolas fazem em suas práticas docentes. A partir das práticas docentes destas/es professoras/es uma escola localizada em um território quilombola, apresento neste artigo uma análise acerca de três aspectos diretamente associados: a) reflexões sobre as próprias práticas pedagógicas dentro da escola realizadas pelas/es professoras/es, b) relatos individuais sobre como ocorre o processo de escolarização no cotidiano da escola, concebida de maneira variável como “escola quilombola” e como “escola no território quilombola” e c) narrativas e relatos usados para definir pedagogicamente o que cada docente concebe em sua própria prática profissional como educação escolar quilombola. Três contraposiões aparecem entre os relatos de professoras/es quilombolas e as professoras/es não-quilombolas: I) maneiras pelas quais o experiência comunitária é trazida para a prática docente, mediando quem tem mais ou menos conhecimento sobre a cultura do quilombo; II) caminhos pelos quais uma certa pedagogia escolar quilombola pode ser elaborada conceitualmente, envolvendo valores e finalidades distintas; III) lugar das discussões sobre racismo, identidade étnico-racial e auto-estima racial, apresentados como aspectos intimamente associados, mas percebidos sob difentes ordens de relevância pedagógica e política.
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