COMUNIDADE QUILOMBOLA DONA JUSCELINA: A FESTA 13 DE MAIO NUMA APROXIMAÇÃO SEMIÓTICA DO ESPAÇO
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Resumo
O presente texto é um relato de experiência vivido na Comunidade Quilombola Dona Juscelina em Muricilãndia -TO, tendo como objetivo apreender os sentidos do espaço vivido referente a preparação da festa 13 de Maio no Festejo da Abolição, antecedendo com a Alvorada da Abolição e culminando na realização do Teatro da Abolição a céu aberto. Esse é um espaço- tempo onde os sujeitos constroem sua identidade quilombola, no fortalecimento das lutas territoriais desta comunidade, num lugar de discurso onde há oposições, Presenças do Outro (LANDOWSKI, 2002, 2015), sentidas no inquietante rito num espaço de discurso político, de provocações que questionam os direitos negados como reflexo da colonialidade. Esses ritos (SEGALEN, 2002) têm na música, na dança, e em objetos, assim como no teatro, elementos que marcam um território (i) material, que reivindicam espaços sociais e a saírem da invisibilidade. O uso, como os quilombolas fazem deste lugar, é o que lhe dá sentido ao lugar (TUAN, 2013). Neste caso é relevante o uso da linguagem (FONTANILLE, 2014), por estes, pois, isto é o que constitui a vida em sociedade. A Festa da Abolição como a principal festa que marca a identidade desta comunidade, possui uma historicidade (DA MATA, 1987), advinda dos ancestrais da matriarca, vivida no espaço do quilombo (RATTS, 2006), no cotidiano, na referência ao contexto dos saberes locais suprimidos pela colonialidade (MIGNOLO, 2003), em tempos de globalização. É relevante evidenciar que uma festa organizada em sua maioria por mulheres e sua representatividade na comunidade, como lideranças que vivem este momento um ato político.
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