REFLEXÕES SOBRE O IMPACTO DO RACISMO NAS ADOÇÕES INTER-RACIAIS

Conteúdo do artigo principal

Michelle Villaça Lino

Resumo

A partir da observação da prática profissional psicossocial no âmbito judicial, da escuta de relatos de adotantes e de cenas audiovisuais, discutimos os processos de adoção inter-racial. A maioria dos pretendentes à adoção são pessoas brancas e buscam filhas/os parecidos com seus tons de pele, preterindo a cor/raça da maior parte das crianças e adolescentes acolhidas institucionalmente e disponibilizadas à adoção no Brasil, que são pretas e pardas. Apesar de a adoção ser um direito de crianças e adolescentes conviverem em uma família afetiva – na impossibilidade de retornarem às famílias de origem – são as/os adotantes que escolhem as características raciais e fenotípicas de sua filiação, geralmente sem discussões sobre isso nos grupos de adoção. Problematizar o privilégio da escolha de quem deseja adotar, como algo que precede o direito desses infantes de terem uma família, e refletir sobre o impacto da branquitude nas adoções inter-raciais é o objetivo desta escrita.

Detalhes do artigo

Como Citar
Lino, M. V., & Marafon, G. (2023). REFLEXÕES SOBRE O IMPACTO DO RACISMO NAS ADOÇÕES INTER-RACIAIS. Revista Da Associação Brasileira De Pesquisadores/as Negros/As (ABPN), 16(Edição Especial). Recuperado de https://abpnrevista.org.br/site/article/view/1613
Seção
Artigos
Biografia do Autor

Michelle Villaça Lino, Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Doutora e Mestra em Políticas Públicas e Formação Humana pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Psicóloga no Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro. Atualmente faz pós-doutorado no PPFH/UERJ e pesquisa educação antirracista nas adoções inter-raciais

Giovanna Marafon, UERJ

Doutora em Psicologia - Estudos da Subjetividade - UFF. Professora da Faculdade de Educação da Baixada Fluminense (FEBF) e do Programa de Pós-Graduação em Políticas Públicas e Formação Humana (PPFH), da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Coordenadora da GIRA - Grupo de pesquisa em feminismos, relações raciais, deficiência e outras dissidências.