ESCREVER PARA NÃO SILENCIAR: AFRICANOS, ENFERMIDADES E ACESSO ÀS PRIMEIRAS LETRAS NO SUDESTE ESCRAVISTA, NOTAS DE PESQUISA
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Resumo
O acesso à escolarização formal na sociedade brasileira teve início com restrições a alguns grupos. Africanos, mesmo livres ou libertos, não poderiam adentrar nos espaços escolares. Eram proibidos por lei, assim como os que padeciam de moléstias contagiosas. Contudo, apreenderam os códigos de escrita e leitura. Foram além, utilizando essa ferramenta em suas visões de mundo, bem como em negociações, apropriações, ações e exigências. Nesse sentido, consideramos, como leitura possível, que as múltiplas experiências das escravidões no Brasil permitiram aos africanos e seus descentes construírem, a partir do domínio dos códigos de escrita e leitura, o letramento, utilizando esse saber na articulação entre política, memória e história. Utilizamos, nesta reflexão, dois documentos: carta escrita por libertos de Paty do Alferes (1889) e o documento de apreensão de um quilombola no Espirito Santo, com a posse de gramática (1861).
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