VISIBILIDADE DO NEGRO IDOSO POR MEIO DA SOCIOPOÉTICA

Conteúdo do artigo principal

Adailton Oliveira da Silva
João Paulo Campos
Bruna Gabriela Marques
Gisele Garcia Zanca

Resumo

Esse ensaio propõe a investigação qualitativa com abordagem Sociopoética enquanto dispositivo capaz de evidenciar o protagonismo do negro idoso e sua forma de existir no mundo. Por se tratar de uma metodologia passível de trazer à tona o que está “invisível” na sociedade, as temáticas do envelhecimento e da negritude passam a ter a Sociopoética como aliada na pesquisa científica e como uma estratégia para ampliar as possibilidades de justiça social, de democratização e de pluralismos nas/das práticas de pesquisa, capaz de acessar saberes e dar evidência aos discursos e corpos que compõem o grupo pesquisado. Deste modo, o trabalho busca ampliar a visibilidade do negro idoso e expandir a compreensão do tema sob uma perspectiva decolonial, tecendo um contraponto à visão hegemônica sobre o processo de envelhecimento.


 

Detalhes do artigo

Como Citar
da Silva, A. O., Campos, J. P., Marques, B. G., & Zanca, G. G. (2021). VISIBILIDADE DO NEGRO IDOSO POR MEIO DA SOCIOPOÉTICA. Revista Da Associação Brasileira De Pesquisadores/as Negros/As (ABPN), 13(36), 756–771. Recuperado de https://abpnrevista.org.br/site/article/view/1201
Seção
Ensaios
Biografia do Autor

Adailton Oliveira da Silva, Programa de Pós-Graduação em Ciências do Envelhecimento, Universidade São Judas Tadeu

Nasci em meio às múltiplas linguagens artísticas desenvolvidas pelo Teatro Popular Solano Trindade, meu “Quilombo”, influenciado pela versatilidade do legado de minha avó, Raquel Trindade, que era artista plástica, escritora e baluarte da Cultura Popular brasileira, pela força e exemplo de minha mãe Cícera, alagoana, cozinheira regionalista de mão cheia e minha professora e parceira de dança desde muito pequeno, assim como meu pai Carlos Caçapava, que me despertou a paixão pela rítmica. Natural de Embu das Artes/SP, sou Educador Físico e  Popular e integrante desde meu nascimento do Teatro Popular Solano Trindade (TPSP), local que tornou-se referência na preservação e promoção da cultura negra e popular no Brasil, no qual desenvolvo a difusão de ritmos e danças brasileiras a partir dos ensinamentos de minha avó, minha mãe Cícera, e meu pai, que o leitor saberá mais a respeito no decorrer deste trabalho.

Já me apresentei em diversos locais do estado e do Brasil, tanto como pesquisador, educador e dançarino, realizando imersões sobre cultura brasileira e apresentações artísticas. Sou ritmista, bailarino e educador popular no grupo Maracatu Nação Kambinda. Atualmente sou educador físico-esportivo na instituição Sesc São Paulo e, em paralelo, realizo pesquisa aprofundada sobre a difusão da cultura popular para bebês, crianças e idosos.

          Partindo deste histórico de vida e desse total envolvimento com a Cultura Popular e as Danças Populares Brasileiras, sempre tive uma inquietação a respeito de minhas ligações ancestrais, portanto, um desconhecimento de minha própria história. Saber que é de conhecimento somente as quatro gerações anteriores da família, é estar desconectado de uma gama de sentidos e heranças imateriais, é saber que minha árvore genealógica só possui um pequeno galho e suas últimas folhas que brotaram, não conhecendo assim toda a arquitetura dessa árvore até chegar em suas raízes que a nutrem de conhecimento e representatividade.

Há um sentir-se ligado a uma cultura diaspórica que a tempos supre o papel dessa ligação sanguínea com meus pares antepassados, mas sempre houve a necessidade de um aprofundamento, um querer de explicações que se sabe que não se há respostas. O negro se comunica com todo o seu corpo, com toda a sua ritmissidade e é nisso que busco e parafraseando meu Bisavô Solano Trindade, sigo à “Buscar na fonte de origem e devolver ao povo em forma de arte”.

João Paulo Campos, Programa de Pós-Graduação em Ciências do Envelhecimento, Universidade São Judas Tadeu

Possui graduação em Artes Visuais pela Universidade Cruzeiro do Sul (2015), especialização em Gestão Escolar pela Universidade de São Paulo (2017) e atualmente desenvolve mestrado no Programa de Ciências do envelhecimento na Universidade São Judas Tadeu, onde atua como professor auxiliar. Também frequentou o curso de História da Universidade de São Paulo (2000 a 2004, não concluído) e o curso de extensão "Teorias Sociais e Produção do Conhecimento" oferecido pela Universidade federal do Rio de Janeiro para movimentos sociais rurais e urbanos de 2007 a 2009. Tem longa experiência na área de Arte-Educação, na produção de obras áudio-visuais, na docência para Fundamental 1, Fundamental 2, Ensino Médio e Superior e é autor do livro "A Fantástica Estrada de Chocolatte" lançado em 2019.

 

Bruna Gabriela Marques, Programa de Pós-Graduação em Ciências do Envelhecimento, Universidade São Judas Tadeu

Possui Doutorado, Mestrado (2012), Bacharelado (2009) e Licenciatura (2011) em Educação Física pela Universidade São Judas Tadeu-USJT. Atua como Professora nos Cursos de Graduação e de Mestrado em Educação Física na USJT e pesquisadora do Instituto Anima. Na extensão coordena o Projeto Sênior para a Vida Ativa da USJT. Tem experiência na área de Educação física atuando, principalmente com envelhecimento, saúde pública, educação popular em saúde e Photovoive. Na pós-graduação atua nas linhas: Estudos socioculturais e pedagógicos da Educação Física e Promoção e Prevenção em Saúde. Campos de Orientação: desenvolve estudos referentes a Educação Física, Educação, Envelhecimento e Pesquisas participativas e colaborativas. Docente colaboradora do Programa de Ciências do envelhecimento na linha: Aspectos educacionais, psicológicos e socioculturais do envelhecimento. Integrante do Grupo de Estudo e Pesquisa Sênior (GREPES) que discute questões relacionadas a Educação Física para idosos e a Promoção da Saúde, bem como os conceitos de empowerment e autonomia relacionada à prática de atividades físicas.

Gisele Garcia Zanca, Programa de Pós-Graduação em Ciências do Envelhecimento, Universidade São Judas Tadeu

Possui graduação (2007), Mestrado (2010) e Doutorado (2014) em Fisioterapia pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), com Doutorado Sanduíche (BEPE/FAPESP) no Orthopaedic Biomechanics Laboratory, University of Oregon (EUA). É docente permanente do Programa de Pós-Graduação em Ciências do Envelhecimento e docente colaboradora do Progama de Pós-Graduação em Educação Física da Universidade São Judas Tadeu. Professora do curso de graduação em Medicina do Centro Universitário das Américas (FAM). Tem experiência com metodologias ativas de ensino-aprendizagem e currículos integrados e está cursando Pós-Graduação Lato Sensu em Educação e Tecnologias na UFSCar. Sua linha de pesquisa envolve principalmente avaliação e intervenção no complexo articular do ombro, com ênfase em controle sensório-motor, desempenho muscular e funcional. Na área do envelhecimento humano, estuda o letramento funcional em saúde e sua relação com a funcionalidade.