O CYBORG E A ESCRAVA: GEOGRAFIAS DA MORTE E IMAGINAÇÃO POLÍTICA NA DIÁSPORA NEGRA
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Resumo
A fim de explorar maneiras pelas quais podemos abordar o ódio antinegro, um fundamento da sociabilidade moderna, analiso neste artigo dois tipos ideais da experiência política diaspórica e transtemporal negra: o cyborg e a escrava. Esses tipos ideais constituem referências analíticas com as quais podemos interpretar os mundos negros da vida e da morte: suas geografias, seus projetos políticos, e seus horizontes de desejos. Enquanto o cyborg recusa a abjeção das pessoas negras e luta para melhorar o mundo social, a escrava considera esse mundo fundamental e irremediavelmente antinegro, e, portanto, busca a fuga e o refúgio. O cyborg luta incansavelmente contra o racismo e enxerga (e tem esperanças de) um mundo social redimido no qual as pessoas negras fazem parte dele inquestionavelmente. Com o seu bloco politico multirracial, o cyborg demanda a reforma da sociedade; ele acredita na promessa da democracia multirracial. A escrava luta contra a antinegritude, e, portanto, quer a destruição do mundo e de seus protocolos de sociabilidade e ontologia.
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