“NEGÓCIO AFRICANO”: OCUPAÇÕES, ARRANJOS DE TRABALHO E PATRIMÔNIO DE MULHERES E HOMENS LIBERTOS DA COSTA NO RECIFE, SÉC. XIX
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Resumo
O presente artigo tem como proposta apresentar alguns aspectos acerca das experiências de mulheres e homens africanos, suas estratégias para “viverem sobre si” e assegurarem seus espaços de sobrevivência no centro urbano na cidade do Recife em meados do século XIX. Quais ocupações elas e eles desempenhavam quando cativos e continuavam exercendo ou não depois de alforriados? Que mecanismos elaboraram para afastarem-se dos estigmas impostos pela escravidão? Para responder às indagações, segui os rastros de um pequeno grupo formado por 33 africanos da Costa d’África em uma gama de fontes variadas (testamentos, inventários post-mortem, livros de notas de tabeliães, jornais, registros paroquiais), para cotejar as condições materiais, e, sobretudo, os arranjos de trabalho que esses indivíduos organizaram ao longo de suas existências que lhes garantiu certa autonomia financeira, proporcionando rompimento com os laços senhoriais
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