OS CORPOS NEGROS: QUESTÕES ÉTNICO-RACIAIS, DE GÊNERO E SUAS INTERSECÇÕES NA FÍSICA E NA ASTRONOMIA BRASILEIRA Corpos Negros na Física
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Resumo
Em referência metafórica à clássica “questão do corpo negro” na Física do século XIX, problematizo, no presente ensaio, a realidade das pessoas negras nas áreas de Física e Astronomia no Brasil contemporâneo, empreendendo uma leitura teórico-crítica da realidade dessas pessoas nestas áreas do conhecimento. Destrincho não apenas questões étnico-raciais e de gênero, mas também elementos históricos e filosóficos da ciência. Discuto como a construção histórica do conceito contemporâneo de ciência, tecnologia, desenvolvimento, inovação, raça, racismo científico, institucional e estrutural podem nos ajudar a responder questões fundamentais: por que há tão poucas pessoas negras na Física e na Astronomia num País majoritariamente negro? Seriam estas áreas de conhecimento “ações afirmativas” para brancos? Por que o racismo científico, uma pseudociência, não tem nos programas de educação em ciências e divulgação em Física e Astronomia o mesmo status (preocupação) que outras pseudociências como astrologia, terraplanismo ou cura quântica?
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