PARADIGMAS AFROCÊNTRICOS: INTELECTUAIS E A ESCRITA DA HISTÓRIA DA ÁFRICA NEGRA
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Resumo
A História da África da África Negra, até o início do século XX, era tida como um apêndice de referência à história europeia, circunscrita ao que concerne à histórica das grandes conquistas europeias, com o desenvolvimento marítimo do século XV, a escravização dos negros e translado para o continente americano e depois nos processos colonização após a Conferência de Berlim, realizada entre os anos de 1884 a 1885. O silenciamento sobre a existência de uma África antes do século XV e depois da colonização europeia parecia ser natural que qualquer tentativa de suposição histórica poderia ser interpretada como inverdade, falácia ou simplesmente invisibilidade. Assim, pensando em romper com as interpretações e análises simplistas, os historiadores africanos, imbuídos sobre o movimento denominado Afrocentrismo, propuseram a reescrita da história da África. A questão central era evidenciar a história do continente africano, a partir das experiências históricas dos próprios africanos. A ideia em si não era rejeitar as produções dos historiadores não africanos, mas sim colocá-las à prova à medida que não dão vozes para essa questão. necessidade se apresentou após as constatações de que o movimento afrocêntrico e as epistemologias Africanas são as chaves de compreensão para as reinvenções e políticas, sociais e intelectuais dos historiadores africanos na década de 1960. Assim, a célebre frase do historiador Joseph Ki-Zerbo (2010: 31), “A África tem História”, desponta como a ideia eixo que passou a guiar os trabalhos historiográficos de reescrita da História da África. Assim, o presente artigo tem por objetivo fazer uma brevíssima apresentação, definição e desenvolvimento do conceito de Afrocentricidade e Africana formulada pelos intelectuais afro-americanos, entre as décadas de 1950 a 1960, que se tornou o cerne do desenvolvimento da historiográfica africana.
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