IQHIYA: SOBRE SIGNIFICADOS E SIMBOLOGIAS DE USO DE TURBANTES POR MULHERES NEGRAS. CONEXÕES: BRASIL, ÁFRICA DO SUL, MOÇAMBIQUE
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Resumo
O artigo relaciona e investiga sentidos que mulheres negras brasileiras e africanas, no Brasil, na África do Sul e em Moçambique, estabelecem com o uso de Turbantes (Coroa, Doek, Gélè, Head Cloth, Headtie, Headwrap, Iqhiya, Klaft, Nemes, Ojá, Pano de Cabeça, Scarfhead, Torço, Turban). Para tanto, propõe-se a buscar significados históricos culturais no uso desse tecido, que se transforma em uma indumentária imponente e diversificada, carregada de histórias, ancestralidades, identidades e culturas. Inspirada a partir de uma viagem de imersão ao continente africano em 2016-2017, para este trabalho realizaram-se pesquisas de campo em cidades selecionadas de dois estados brasileiros, São Paulo e Bahia, bem como entrevistas com participantes dos países africanos visitados, para perceber as diferenças e semelhanças nos sentidos atribuídos aos usos dos Turbantes. A investigação visa discutir como o uso do Turbante pode ser uma conexão entre esses países na diáspora negra, podendo influenciar na autoestima, resistência, pertencimento e empoderamento dessas mulheres. Nesse sentido, o Turbante é o fio condutor diaspórico e seu uso questiona como o pertencimento também se dá fora do território africano. A partir dessas experiências, busca-se entender a necessidade da escuta e de compartilhar as histórias orais, transformando-as em escritos de referências e multiplicadora na narrativa histórica da cultura negra.
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