ENTRE A ÁFRICA E O RECIFE: INTERPRETAÇÕES DO CULTO CHAMBÁ
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Resumo
Este artigo tem como objetivo realizar um debate sobre as perspectivas atlânticas que buscam delimitar fronteiras e perceber continuidades entre práticas culturais na África e na Diáspora, sobretudo, no que diz respeito ao Brasil e aquele Continente. Para tanto, partimos da discussão acerca de possíveis interfaces entre rituais religiosos organizadores do cotidiano dos africanos da etnia chamba, situados nos atuais Nigéria, Camarões e Togo, e os praticados no Terreiro Santa Bárbara, casa de candomblé localizada no Recife, Pernambuco, cuja nação é denominada xambá. Desse modo, pontuamos correspondentes entre o Mama Tchamba no Togo – ritual em memória da escravização e resistência das mulheres à submissão islâmica no século XIX – e a Louvação de Oyá – cerimônia de caráter feminino no Terreiro Santa Bárbara. Elencamos, por fim, interseções entre o culto a Afrekête – vodu daomeano – e a presença desse como um dos orixás do panteão daquele Terreiro.
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