NECROPOLÍTICA RACIAL: A PRODUÇÃO ESPACIAL DA MORTE NA CIDADE DE SÃO PAULO1
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Resumo
O artigo sugere que há uma distribuição desigual de mortes violentas no espaço urbano da cidade de São Paulo. As áreas urbanas mais pobres ambientam as estatísticas da violência letal, o que denominamos de espacialização da morte. A análise da incidência de mortes por tipos de doenças entre brancos e negros sugere uma persistência de determinadas causa mortis entre os negros, somando-se à violência homicida que se concentra preferencialmente entre esse grupo, aqui tomado como a condição paradigmática do homo sacer. O artigo discute também a dimensão de gênero da violência letal, dando destaque para a distribuição espacial de uma dinâmica de mortalidade de mulheres no município de São Paulo. A partir dos conceitos de biopoder e governamentalidade discutidos por Michael Foucault, o artigo sugere, por fim, que a distribuição desigual da morte no município se constitui em uma necropolítica estatal de gestão do espaço urbano e controle da população, seja por omissão, seja por cumplicidade com os padrões mórbidos de relações raciais no Brasil.
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