“ÁGUIA SOLIDÁRIA”: ATENÇÃO ÀS FAMÍLIAS EM MEIO À PANDEMIA DE CORONAVÍRUS NUM SUBÚRBIO DO RIO DE JANEIRO

Resumo

O Grêmio Recreativo Escola de Samba Portela, como movimento negro organizado historicamente, tem desenvolvido ações sociais entre seus vários integrantes, enquanto componentes, torcedores, dirigentes, voluntários e sócios mobilizando esforços em solidariedade a setores populacionais de maior vulnerabilidade social. Com a emergência humanitária imposta pela pandemia de Coronavírus eclodida em 2020, a agremiação portelense se mobilizou em forma de campanha chamada “Águia Solidária” a fim de realizar trabalhos de distribuição de alimentos e amparo a setores empobrecidos - de maioria negra e em condição de vulnerabilidade e injustiça social - moradores dos bairros de Oswaldo Cruz, Madureira e adjacências. Este artigo se propõe a refletir sobre a Campanha “Águia Solidária” como materialidade possível graças à Escola de Samba como lócus importante da prática do mutirão (SANTOS, 2013, 2014), a partir do repertório organizativo da Portela e como legado de instituição comunitária representativa das camadas empobrecidas que a cercam, amparando a população de baixa renda e grupos sociais invisibilizados, constituindo muitas vezes numa das únicas fontes de assistência à essa população diante do descaso estatal.