O REFLEXO DA EXCLUSÃO DIGITAL NA PARTICIPAÇÃO DAS MULHERES PRETAS E PARDAS RESIDENTES NO ESTADO DA BAHIA NO ENEM ENTRE 2016 E 2019
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Resumo
De acordo com a análise das condições de vida da população brasileira realizada pelo IBGE em 2018 e pesquisa sobre a exclusão digital realizada em 2016, a maioria da população negra não possui acesso à internet. A exclusão digital reflete as desigualdades sociais e esta se configura como obstáculo para inserção e participação das negras e negros como cidadãs e cidadãos na sociedade brasileira, barreira para a posse de bens e consequentemente repercute sobre o uso do tempo, especialmente das mulheres negras, que ainda são as principais encarregadas pelos trabalhos domésticos e do cuidado com a casa. Este artigo se propõe a investigar o impacto da exclusão digital no desempenho das mulheres pretas e pardas residentes no estado da Bahia nas provas do Exame Nacional do Ensino Médio e analisa fatores de influência sob diferentes aspectos. Os resultados obtidos demonstram que com acesso à internet elas apresentam, em média, desempenho superior em todas as disciplinas em relação às digitalmente excluídas, e que as posições no ranking do PIB per capita dos municípios que apresentam os maiores índices de exclusão digital acompanham as posições no ranking de desempenho das digitalmente excluídas. Portanto, a inclusão digital é fator relevante no desempenho e há necessidade da realização de políticas públicas para inclusão digital, a fim de garantir o direito de acesso à internet, descrito na Declaração Universal dos Direitos Humanos, e possibilitar um desempenho satisfatório no Exame Nacional do Ensino Médio.
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