OUTROS SABERES, OUTROS ESPAÇOS E OUTROS OLHARES DE MULHERES MOÇAMBICANAS DA COMUNIDADE YAAWO
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Resumo
O presente artigo tem como objetivo refletir sobre minhas experiências com práticas tradicionais/endógenas moçambicanas e minhas ancestralidades que são negadas de suas existências, como por exemplo, os ritos de iniciação femininos, popularmente conhecidos por Unyago, da comunidade Yaawo, da província do Niassa, Moçambique. Trazer o Unyago como um espaço de outros e múltiplos saberes/conhecimentos, espaço de (re)existência é um desafio em meio a olhares colonizados pelo ocidente e por nós próprios, moçambicanos, perpetuando o que o colonizador dissera sobre as práticas culturais e identitárias do nativo africano e moçambicano, em particular: “a cultura do nativo não é digna de uma sociedade civilizada”, (ANDRÉ, 2019); “a cultura do nativo é uma cultura do cão”, (ANDRÉ, 2019). Por esse motivo, pensar no “Outro diferente” possuidor de uma tradição milenar, de um lugar que assegure bases para o alcance de seus objetivos por meio do seu imaginário simbólico, dentro de suas particularidades, é de suma importância para a resistência e sobrevivência em meio a uma sociedade que procura hierarquizar os sujeitos possuidores de uma cultura aceitável ou não.
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