O ESTATUTO ONTOLÓGICO E EPISTEMOLÓGICO AFRICANO EM TOWA E OBENGA
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Resumo
Escuta-se repetidamente na academia e nas escolas proposições do tipo: A filosofia teve sua origem na Grécia, ou ainda, a África forneceu muitos escravos para o continente americano e para outras partes do mundo. Tais proposições contribuem para a essencialização do lugar que a Europa e a África tradicionalmente ocuparam na academia. Desse modo, o objetivo deste trabalho é evidenciar e problematizar os mecanismos usados na construção da noção de esterilidade ontológica e epistemológica da África, buscando mostrar que tal esterilidade foi forjada ao longo da história colonial da África pelo pensamento filosófico Europeu. Buscamos questionar o pensamento filosófico de Heidegger e Hegel, usados no processo dialético de construção e legitimação da identidade eurocêntrica, a partir da negação e deslegitimação da identidade africana, tendo como contraponto a perspectiva teórica de Marcien Towa e Théophile Obenga. Tais autores colocam em cheque a concepção de “milagre grego”, bem como a concepção de humanidade elaborada por Heidegger. Ambas as concepções excluem as pessoas negras e africanas e, por consequência as pessoas negras da diáspora, da condição de seres humano de produtores e produtoras de conhecimento. Towa e Obenga propõem um olhar para o Egito antigo como a referência filosófica na retomada do que chamamos de estatuto ontológico e epistemológico dos africanos.
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