RELAÇÕES RACIAIS, UMA QUESTÃO ANTIMANICOMIAL
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Resumo
Partindo do diagnóstico do racismo estrutural no país e da necessidade de assegurar equidade racial na gestão e na atenção em saúde, realizamos uma pesquisa qualitativa, na perspectiva da análise institucional, num Centro de Atenção Psicossocial Infantojuvenil (CAPSij), visando discutir saúde mental e relações raciais. Para tanto, entrevistamos profissionais desse serviço, abordando tais relações em duas dimensões: cuidado em saúde e gestão do serviço, numa discussão à luz da literatura sobre psicologia e relações raciais. O presente artigo apresenta parte dos resultados da pesquisa: inicialmente, discutimos a Política Nacional de Saúde Integral da População Negra (PNSIPN) e o Quesito Raça/Cor como importantes ferramentas de reconhecimento e intervenção em relação às iniquidades raciais em saúde/saúde mental; em seguida, apresentamos e discorremos sobre as entrevistas com o gestor e o agente administrativo do equipamento público analisado, as quais focalizaram, respectivamente, os modos como o CAPSij em questão inclui as relações raciais no seu projeto de trabalho e como aborda a coleta do quesito raça/cor. Concluímos destacando a necessária consideração das relações raciais – que chamamos de aquilombamento dos serviços de saúde – como uma questão antimanicomial. Assim, consideramos que a descolonização das práticas de cuidado e a inclusão das teorias e dos saberes afro-diaspóricos podem ampliar a potência de um agir em saúde que contribua para a promoção da equidade racial e para a desinstitucionalização do racismo.
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